segunda-feira, 2 de junho de 2008

Casa cheia no Rock in Rio


Durante 3 dias Roberto e Roberta Medina somaram argumentos para repetirem mesma frase: «olhar tudo isso é felicidade pura». Os números oficiais ciframos 100 mil visitantes na 1ª noite, mas fontes policiais contactadas pelo Destak asseguram uma frequência superior.

Amy Winehouse, apesar da agonia da confirmação, valeu a apostada organização, garantindo bilheteira esgotada na abertura. Mesmo rouca e com uma prestação inferior à genialidade quase lhe conhece, é difícil dizer se não teria decepcionado mais se tivesse poupado o público ao testemunho vivo dos seus excessos. É que percorrendo o recinto, e não obstante as queixas que vieram depois, muitos eram os que pareciam ter pago, mais para assistir à queda, do que para lhe apreciar a música.
Paulo Gonzo, que abriu o Palco Mundo, teve o primeiro rasgo perspicaz, como que via lado cimo: «cada vez chegam mais famílias». Apesar de lamentar «não ver ainda mais mulheres», teve o público disponível para o Karaoke, coros e afins. Ivete incendiou e, no dia seguinte, os Skank seguíam-lhe o trilho, valendo-se da experiência de outros festivais em Portugal e dos banhos de multidão a que o Brasil os acostumou.
Alanis Morissette foi profissional e ponto. Fora isso nada mais pesou. Lenny Kravitz e Bon Jovi foram tão grandiosos quanto o Palco Mundo, com a sua altura equiparável a um prédio de 9andares. Lenny demonstrou com exemplar virtuosismo o poder do som do recinto, este ano redobrado. Escalas ousadas e um abuso de solos sem desmobilizar as hostes (que não é para quem quer é só para quem pode), seguidos de hits incontornáveis para dosear, falaram por si. Sábado pautou-se pela irregularidade. Alejandro Sanz foi uma opção ao lado do mercado português. Valeu-lhe ter uma amiga chamada Sangalo, Convidada de última hora que bisou na edição, para sacudir quem adormeceu ou preferiu recolher merchandising, mesmo como interminável das filas.
Bon Jovi foi, até ao momento, o pico da Belavista. De Jersey veio rock sem surpresas, mas eficaz e sem invenções que pudessem destoar. Jon, genuíno e visivelmente feliz com a multidão a perder de vista (74mil, dizem as estatísticas), seduziu tudo e todos. Mesmo sendo visível a diferença de prestação nos temas recentes, com arranjos a compensar o passar dos anos, defendeu-se com habilidade, guiando o público, onde a voz já não o acompanhava. Pena o som ter prejudicado os solos de Samora. Ontem o dia foi para crianças e pais.
Entretanto a organização, embalada pelo sucesso, prepara já o Rock in Rio 2010 – onde uma das novidades será a ponte pedonal e ciclo via a ligar a Bela Vista às Olaias, e daí à Alameda D. Afonso Henriques. Por um mundo melhor, ou pelo menos mais musical, a festa recomeça na quinta-feira.
Fonte: Destak

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